sábado, 24 de agosto de 2013

Desecrated Sphere - Emancipate (2013)


Sempre que menciono o Desecrated Sphere, lembro dos poloneses do Decapitated, por motivos óbvios. O Desecrated Sphere possui identidade forte e própria, e a menção dos poloneses servem apenas para dar um norte àqueles que nunca ouviram o som desses caras.

Well, "Emancipate", novo disco do grupo, trata-se de uma orgia de riffs irrequietos, descorados e sem vida. Pode ser que minhas palavras, a princípio, sejam um pouco pejorativas, mas dentro do contexto proposto de Technical Death Metal, faz total sentido e pode ser interpretado como elogio. E de fato é.

Depois da introdução "Reconnective", os tímpanos começam a ser açoitados pela "Transcending Materialism", que segue uma estrutura mais linear, em termos de bateria e vocal, embora possua riffs bem quebrados de guitarra. "Departure From Flesh" exibe guitarras mais ousadas. As canções serpenteiam entre cavalgadas e arranjos quebradiços, abençoados pelo vocal doentio. Pontos altos na empolgante "Source Of Disassociation", e "Eca", que ganha um contorno notório pela porradaria e riffs bem trabalhados.

Os esforços individuais de cada integrante resultam num véu de desempenho e competência invejável. Mais um grande trabalho para provar o que o underground brasileiro tem de melhor. Hail!

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Alice In Chains: Jerry Cantrell na Guitar Player de Agosto

O guitarrista do Alice In Chains, Jerry Cantrell, esta na capa da revista Guitar Player do mês de Agosto/2013. A reportagem abrange uma bela entrevista com o guitarrista, a textura usada em "The Devil Put The Dinosaurs Here", além de partituras e outros detalhes sobre a atual fase da banda. Até mesmo para quem não é guitarrista, mas é fã do grupo, vale a pena a aquisição do material. Pode-se ver abaixo a capa desta edição.


segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Carcass - Surgical Steel (2013)

"Fiquei muito feliz com o novo lançamento do Carcass."
 - Comentou Roseli, emocionada, em entrevista ao G1. 



Quando o baterista Ken Owen do Carcass sofreu uma hemorragia cerebral, e com o guitarrista Michael Amott aliado ao Arch Enemy, muitos fãs de Metal Extremo acharam que seria difícil ver a banda na ativa novamente. No entanto, a banda recomeçou as atividades tocando em alguns festivais em meados de 2007, com os remanescentes Bill Steer e Jeff Walker. Neste ano de 2013, estamos presenciando o lançamento de uma das bandas pioneiras no estilo. O disco intitulado "Surgical Steel", caudaloso em melodias e momentos de brutalidade, nos remete a identidade presenciada em "Heartwork", que porém vinha sendo construída desde "Necroticism - Descanting The Insalubrious", o divisor de águas da banda. O "Surgical Steel" destaca-se pelo vocal rasgado de Jeff Walker, o que já era esperado pelos fãs - mas que nem por isso pode deixar de ser mencionado -, pelos ritmos melódicos na guitarra, e pela bateria que por muitas vezes é o responsável maior pela brutalidade nas canções. Ponto forte do disco na canção "The Master Butcher`s Apron", "Unfit For Human Consumption", que possui trechos brutais lindos, e "Trasher`s Abattoir", a responsável por espancar tímpanos desatentos logo de cara. Arrisco a dizer que esta última, possui grunhidos que nos remete, por alguns milésimos de segundos, aquela sujeira linda e charmosa de “Symphonies Of Sickness”. 

Mas de resto, fica bem longe dos primeiros registros da banda. Talvez "Surgical Steel" tenha ficado menos orgânico que os anteriores, mas não que seja um ponto negativo - neste caso. O Carcass é uma banda que já provou ser do caralho a muitos anos atrás. Acredito que muitos fãs de Metal Extremo estarão realmente satisfeitos com o lançamento, e de por fim, ver o Carcass brandir a espada novamente com inéditas. 



segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Entrevista: Brutal Faith





Polêmico Rock - Horns Fucking Up! Grande prazer em tê-los aqui, uma banda com uma proposta tão fudida! Podemos começar o nosso bate papo, com vocês contando um pouco da história do Brutal Faith.

 Tony Fontão (Brutal Faith) - Well , primeiramente quero agradecer ao Polêmico Rock pelo espaço oferecido ao Brutal Faith para apresentarmos nosso trabalho.
Com relação ao Brutal Faith, a banda foi formada em 1997, sempre com a proposta de um power trio onde seus diferenciais, alem do mix de influências musicais, é que sou batera/lead vocals da banda, e morei alguns anos nos Estados Unidos, onde toquei com uma banda americana de Hard Core/Metal chamada Leeway. Na época fizemos vários shows pelos EUA tocando com bandas de grandes nomes no cenário mundial, tais como Living Color, Suicidal Tendencies, Testament, Carnivore (Type O Negative), Exodus e por aí vai. Aprendi muito tocando fora do Brasil, porém sempre tive vontade de formar um power trio onde pudéssemos explorar mais outras vertentes da música.
Ao retornar ao Brasil, trouxe comigo o nome, e em 97 surgiu o Brutal Faith onde através de um anuncio de jornal conheci o Mauricio Cliff (Sakrah). Após algumas horas de estúdio já sabíamos o que queríamos, e faltava apenas achar um terceiro cara que completasse a proposta do Brutal Faith, e assim foi feito. Conheci nosso guitarrista Guilherme Mello em um bar em São Paulo de nome Manifesto bar e após esse contato não demorou muito tempo para a banda estar fechada e preparada para estrada que viria logo em seguida.

Nossa primeira demo contendo três faixas, tocou muito na maioria das rádios em São Paulo, e em 2000 assinamos com a gravadora Animal Records/Century Midia onde lançamos nosso 1º álbum auto intitulado Brutal Faith. O CD foi muito bem recebido pela mídia, inclusive fomos convidados a participar em um tributo oficial ao Metallica lançado pela gravadora americana Perris Records nos USA, Japão e Europa, nosso vídeo clip da musica “GET UP WAKE UP” rapidamente subiu no topo dos clipes mais solicitados de metal pela MTV com promoção, tickets de show da banda, entre outras coisas.
Após algum tempo por volta de 2001/2002 nosso guitarrista G.Mello por motivos pessoais resolveu se mudar para a Califórnia, e com sua saída a saga de encontrar um substituto a altura não foi nada fácil, mas como diz o ditado do destino “O que tem que ser será”. Em 2012 o Brutal Faith recebeu uma nova proposta de relançamento pelos selos Rock Company/Museu do Disco, e no final deste mesmo ano o CD “BRUTAL FAITH - HELLMASTERED EDITION” foi trabalhado, ganhando uma nova cara nas mixagens/masterizações, e contendo sons inéditos da banda, que com seu lançamento para 2013, a banda pretende entrar na estrada em suporte ao álbum, desta vez em sua nova formação: Tony Fontão Batera/Vocal/Percurssão, Kharl’s Jogro Baixo/Backing Vocals, Marco Tonalezzi Guitar’s.

Polêmico Rock – Interessantíssimo. Uma experiência e tanto! Você teve a oportunidade de conhecer os caras do Testament, Exodus, Suicidal Tedencies, e toda a galera que você tocou junto lá fora? Gostaria de citar algum em especial? Já me falaram que os integrantes do Testament são muito simpáticos.

Tony Fontão - Realmente os caras são gente boa, fizemos alguns shows juntos e nos divertimos muito tocando pelos Estados Unidos.

Polêmico Rock - Vocês tiveram um tempo ocioso de quase dez anos, até o relançamento do disco. O que provocou este hiato?

Tony Fontão - Na verdade o fato de nosso guitarrista G. Mello ter saído do Brutal Faith inesperadamente em conjunto com a falta de comprometimento dos músicos que passaram pela banda, após sua saída, nos desmotivou bastante, mas como dito na pergunta acima “O que tem que ser será” o Brutal Faith esta de volta com carga renovada “Metal Up in the ass man”...

Polêmico Rock - Como a galera esta recebendo a proposta do Brutal Faith?

Tony Fontão - A receptividade por parte da galera que curtiu e curte o BF esta sendo muito forte, além até de nossas expectativas considerando o tempo em que a banda ficou fora do cenário.

Polêmico Rock - Como esta a agenda de vocês?

Tony Fontão - No momento estamos focados 100% no estúdio nos preparando para o evento de lançamento do “HELLMASTERED EDITION”, e em seguida fecharmos algumas datas pelo Brasil, mas isso será por conta de nossa produtora.

Polêmico Rock - Embora o Brutal Faith já tenham divulgado algumas novas canções no relançamento do novo disco, vocês pretendem lançar algum EP ou novo disco?
Tony Fontão -Acredito que após o lançamento do “HELLMASTERED EDITION”, sem dúvida partiremos para o 2º álbum. Até porque já tem muita gente querendo mais Brutal Faith (risos).

Polêmico Rock - Vocês possuem um cover de “Jump in the Fire”, do Metallica. Fale-me um pouco sobre outras bandas que os influenciaram.

Tony Fontão - Quando falo em influencias, cara estamos entrando em um universo tão extenso onde milhares de bandas/músicos influenciaram o Brutal Faith, mas vamos lá acho que consigo em pelo menos alguns nomes concluir o espírito Brutal Faith: Metallica, os gigantes do Led Zeppelin, Motorhead, Pantera, White Zombie e por aí vai.

Polêmico Rock – Eu posso estar enganado, mas eu percebi, de fato, uma influência razoável de White Zombie no som de vocês.

Tony Fontão - Sem dúvida, em especial o 1º álbum do White Zombie, o “Planet Motherfucker”, nos influenciou bastante, e a proposta de pegada misturada ao groove, sempre foi a cara do Brutal Faith.

Polêmico Rock - Vocês já estão na cena por alguns anos. O que vocês acham da cena atualmente, perante ao passado? Que coisas você acha que melhorou ou piorou?

Tony Fontão - Bom, na minha opinião, o cenário do som pesado no Brasil melhorou. Basta vermos a quantidade de shows hoje apresentados em nosso país. Isso contribuiu muito para que as bandas brasileiras se aprimorassem em todos os sentidos musicalmente e profissionalmente, até porque hoje a moçada espera ver de uma banda um show completo: música e palco interagindo na mesma sintonia.
O que ainda precisa melhorar é a forma com que as produtoras de shows enxergam as bandas. Não vejo ainda seriedade e profissionalismo como acontece em outros países do mundo.

Polêmico Rock - Como você havia dito você morou lá fora. Então pode-se concluir, que o profissionalismo perante a música em terras estrangeiras, acontece de forma mais clara?

Tony Fontão - Certamente em termos de organização e profissionalismo.

Polêmico Rock - Como funciona o processo de composição das canções, no quesito instrumental?

Tony Fontão - Quanto a parte instrumental neste 1º trabalho eu já tinha varias ideias para por em pratica, e isso facilitou bastante o processo pois ficou faltando apenas alguns ajustes aqui e ali, no momento da  inclusão das linhas de voz,  baixo e os solos de guitarra de cada música.

Polêmico Rock - E com relação às letras, quem as escreve?

Tony Fontão - As letras são todas de minha autoria.

Polêmico Rock - Você gostaria de mencionar algum caso engraçado ou bizarro que tenha acontecido com a banda durante um show ou um ensaio?

Tony Fontão - Me recordo de um show do Brutal Faith ao ar livre aqui no parque do Ibirapuera onde estávamos tocando no evento da 89FM a Radio Rock de SP. O parque estava lotado cara, e entramos no palco, e logo na primeira música percebi que os bumbos da batera não foram devidamente presos do praticável onde ela estava, e por conta disso eles começaram a se mover para frente. Mesmo informando meus roadies que pouco puderam fazer, tive que  me conter até a ultima música quanto meti o pé pra valer e acabei despencando com a bateria e tudo do praticável. Isso foi louco, pois a galera pensou que era parte do show e ficou alucinada, gritando sem parar (risos).

Polêmico Rock – Deixe uma mensagem para aqueles que estiverem lendo esta entrevista.

Tony Fontão - Moçada quero dizer que o Brutal Faith esta de volta com proposta de sempre, fazer um som pesado de qualidade e respeito a todos nossos fãns, porque o Brasil tem muito potencial, e nada nos difere dos gringos lá fora. O Brutal Faith  é pra vocês, Metal Up in the ass galera hellyeahhhh!
Dêem uma sacada em nossa página no Facebook , lá vocês poderão curtir um preview do CD “HELLMASTERED EDITION”!

Polêmico Rock - Gostaria de agradecer a presença de vocês aqui nas páginas do Polêmico, e é sempre uma grande honra entrevistar uma galera que faz um barulho tão foda quanto o som de vocês. Fico no aguardo de novidades! Horns!

Tony Fontão - Mais uma vez agradeço o Polêmico Rock, estamos  juntos parceiro METAL FOREVER!

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Jack, O Estripador: A Verdadeira História, 120 anos depois



Embora o tenha encontrado na sessão de biografias, este livro não se trata diretamente de uma biografia, uma vez que a identidade de Jack, O Estripador nunca fora revelada ou descoberta, por mais que as pessoas venham a se deparar com livros do tipo “Caso Encerrado” ou “Mistério Desvendado”. No entanto, talvez pelos fatos e teorias terem sido demasiadamente pesquisados e analisados envolta do personagem, haja vista, tantos traços psicológicos e físicos elaborados, estudados e associados ao estripador, através de depoimentos de testemunhas da época, talvez Jack, O Estripador seja o desconhecido mais conhecido de todos os tempos, assim sendo, cabendo o possível rótulo de “Biografia”, que prefiro chamar de simplesmente um excelente estudo sobre o assunto.

 Deixando o rótulo e significado das palavras de lado, esta arte de Paulo Schmidt traduz-se em uma cuidadosa análise das evidências, teorias, suspeitos, e aspectos econômicos e sociais da época e do lugar - Londres, Whitechapel, East End, entre os anos de 1888 e 1891 -, e dos principais personagens envolvidos no Outono do Terror.

Na verdade, o sistema de investigação da polícia na época era tão rudimentar, que qualquer morador da East End poderia ser um potencial suspeito para os crimes bárbaros que acometeram Elizabeth Stride, Annie Chapman, ou mesmo a pobre Mary Jane Kelly, esta última, vítima dos assassinatos mais atrozes de todos os tempos. Obviamente que existem muitos suspeitos com grande credibilidade para assumir o posto de Jack. Mas em determinados momentos, quando a teoria e os fatos são sobrepostos, acabam havendo algumas divergências ou descompassos com a cronologia dos assassinatos, se comparado onde os suspeitos se encontravam naquele momento. Daí a dificuldade de atribuir a identidade de Jack a alguém específico. Com base nas deduções, existem teorias de participação de duas pessoas nos assassinatos, o fato de Jack ser uma mulher, e por aí vai. Existem acusações ridículas, simplesmente inventadas, segundo o autor, e até mesmo personagens possivelmente inventados. Nem o pobre Homem-Elefante Joseph Merrick ficou livre de acusações.

Com os estudos e suposições de estripadologistas, e conclusões geradas sobre a arma usada nos crimes, a posição dos cortes, e conhecimentos básicos de anatomia para estripar as vítimas, conclui-se que qualquer um que fizesse medicina poderia ser um suspeito. Portanto tamanha era a incapacidade dos investigadores em delimitar um número menor de suspeitos. Nem mesmo os açougueiros ficaram de fora. Se a polícia não conseguia ser eficiente nas investigações, quem dirá a população para com uma ajuda eficiente, que se aproveitavam da situação para escrever cartas falsas auto intitulando ser Jack, O Estripador, sem contar os jornais sensacionalistas que alimentavam o pandemônio de fofocas com qualquer teoria de um suspeito qualquer.

Nesta obra de Paulo Schmidt, talvez o capítulo que mais esboce todos os esforços do autor, são as análises dos principais suspeitos com base em obras escritas ao longo dos anos – cada uma delas acusando um personagem, na tentativa de gerar uma conclusão -, e posteriormente uma análise técnica de pontos a favor e contra de cada teoria.

É possível que o mistério estarrecedor nunca venha a ser relevado. Trata-se de uma obra que vale muito a pena ser apreciada, fazendo o leitor indagar-se da polícia e do sistema fracassado da época em capturar Jack; e talvez neste ponto, os assassinatos cometidos por Jack tenham sido importantes, despertando a criação e/ou desenvolvimento da Polícia Forense, e focando no crescimento da tecnologia neste sentido. 

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Edson Graseffi: Thrash, Paixão & Honra



O Polêmico Rock bateu um papo com Edson Graseffi, atual baterista do Panzer,  e de grande influência da cena nacional, que iniciou sua carreira no final dos anos oitenta. Para quem conhece ou esteve próximo aos trabalhos do Edson, ao longo dos anos, torna-se inegável o furor deste músico pela paixão persistente e impactante em prol da cena nacional. Nesta matéria especial, você fica por dentro dos detalhes, e dos momentos divertidos e difíceis da carreira de um músico. Enjoy!

Polêmico Rock - Horns! Imenso prazer tê-lo novamente aqui Edson! Tivemos um contato inicial ainda quando você se encontrava no Reviolence, e sou imensamente grato de ter mantido este laço de amizade com vossa pessoa.

Edson Graseffi - Fala Plínio, e leitores de Polêmico Rock, prazer é meu em poder estar mais uma vez aqui falando com você sobre meu trabalho. Fico realmente agradecido pelo espaço que esta sendo aberto para divulgar meu trabalho como baterista e o trabalho do Panzer.

Polêmico Rock - Sua carreira começa basicamente no final dos anos 80. Primeiramente, vamos voltar um pouco no tempo, e nos fale um pouco da cena Thrash daquela época, tanto a cena internacional como nacional, e nos fale um pouco da sua banda Punch, ou alguma outra que você veio a manter um contato inicial como músico.

Edson Graseffi - Falar disso é uma grande viagem no passado, pois o mundo esta realmente diferente em muitos aspectos. Bem, naquele tempo tudo era novo para nós que curtíamos som pesado. O inicio, o contato inicial com esse tipo de música era muito difícil, existiam poucos “rockeiros pauleira” que não abriam muita informação para quem estava começando. Isso acontecia pelo menos na cidade onde eu vivia, no interior de São Paulo. O acesso a discos e revistas era quase impossível, então a gente conseguia trocar fitas K7 gravadas com os amigos e conhecíamos bandas novas a partir desse caminho. Existia também a revista Rock Brigade que na época era um zine xerocado com capa colorida, aquilo era a bíblia dos moleques na época, e eu mesmo conheci muitas bandas através dali. O mais louco é que você lia sobre a banda, e não ouvia o som porque ninguém tinha acesso a discos. Não posso esquecer também do programa “Sessão Rockambole”, que rolava na 97 FM. Quem tinha sorte como eu de poder ouvir todo domingo as 15:00 tinha acesso a bandas que estavam começando a despontar, e particularmente conheci muitas bandas - que hoje são clássicas - lançando seus primeiros álbuns através deste programa, apresentado pelo “ Capitão de Aço Beto Peninha” . E como você perguntou da cena Thrash, cara, tudo era novo, tudo estava sendo feito, o Metallica era o máximo que uma banda Thrash poderia ser, diferente de hoje que uma pá de gente detonam os caras. O Metallica era o herói da molecada da época. Me lembro de quando saiu o “Master of Puppets”, eu tinha um amigo chamado Gugu, ele tinha mais grana que todo mundo, então conseguiu encomendar um LP importado, quando esse disco chegou tinha romaria de moleques cabeludos na casa dele para ouvir o disco. E é claro que existia o Slayer, Anthrax, etc. Mas o Metallica parecia soberano.

Em relação a cena brasileira tudo estava se iniciando. Em 86 e 87 foram anos que trouxeram bons discos para nosso cenário; a coisa estava acontecendo e não tinha muito esse lance de divisão de estilos, Thrash, ou Death Metal, ora Heavy tradicional, todo mundo curtia tudo que era pesado. Eu ouvia Dorsal Atlântica, Vodu, Viper, da mesma forma que ouvia Iron Maiden, Ozzy, AC/DC, Motorhead, Manowar, e bandas muito pequenas na época como Agent Steel, Tyrant e Savage Grace, etc. Existia uma relutância com os intitulados “posers”, bandas americanas de Hard, que décadas depois todos viram que eram bandas ótimas e com grandes músicos. Isso tudo, esse radicalismo e ao mesmo tempo, a liberdade de curtir vários segmentos do Metal sem preconceito, faziam parte de ingenuidade da época, mas eu acredito que foi o que transformou os anos 80 em algo que não se esquece.  Eu vivia no interior de SP, então não participei de coisas que aconteceram na capital, tipo praça do Rock ou shows no Rainbow Bar. Mas vivi a cena que rolava no interior, bandos de cabeludos andando juntos a noite, falando de som e fazendo arruaça, todo mundo com um visual muito carregado porque isso sempre foi uma característica dos ‘bangers’ do interior de SP. Eu sei que em SP existiam os atritos entre gangs de bairro, mas onde eu morava, andávamos com Punks, Psycho Billies, Hardcores, tinha de tudo onde eu morava. Havíamos crescido juntos, pois a molecada era toda da escola, depois cada um acabou migrando para sua tribo, mas íamos aos mesmos shows, curtíamos os mesmos “sons”, que eram festas underground regadas a goró barato (pinga). Fazíamos ‘circle pits’ juntos nos shows, era foda!!  Acho que isso influenciou meu gosto musical também, através de amigos, tive acesso a sons de bandas de HC finlandês, a bandas Punk , bandas de pós punk, Psychobilly, foi um momento legal para conhecer muitas coisas.

Sobre minhas primeiras bandas, a primeira foi o Hefestos, que tinha meu irmão Paulo como baixista e vocal. Ela surgiu entre 87 e 88, tocávamos Heavy tradicional na linha do Iron Maiden. Ela foi muito importante na minha carreira porque foi onde eu aprendi a tocar em uma banda, trabalhar em grupo, aceitar ideias e opinar. Nós éramos uma boa banda e talvez tivéssemos tornado maiores se tivéssemos tido apoio. Eu vejo muitas bandas hoje que são consideradas ‘cult’, que trilharam o mesmo caminho que o Hefestos, mas nós vivíamos no interior então só ficamos conhecidos ali na época. Quando ela acabou, queríamos tocar Thrash Metal. Como todo garoto, você quer fazer cada vez mais som porrada e ser mais barulhento. Nós conhecemos na época o Marcello Ivanov, que foi guitarrista do Exxon. Formamos o Punch, atual trio que tocava Thrash e fizemos muitos shows até 1990. Logo em seguida essa banda também acabou, e eu e meu irmão em 1991 montamos a banda que nós queríamos que desse certo, o Panzer. O Panzer começou bem underground, sem recurso algum. A primeira demo foi gravada em um tape deck tosco, em fita K7, com áudio captado de um ensaio. Eu tenho isso guardado e um dia talvez eu libere. Posteriormente a coisa foi se ajeitando para nós na vida pessoal e eu e meu irmão resolvemos trazer a banda para SP, para ela crescer e foi assim que entramos na cena da capital, sem ninguém nunca ter ouvido falar na gente.

Polêmico Rock - Você comentou da revista Rock Brigade, e sobre crescer com o Panzer, e eu lhe pergunto: como foi ter sua banda, posteriormente, nas páginas da Rock Brigade?

Edson Graseffi - Cara, aquilo foi uma grande realização pessoal. Talvez hoje as revistas não tenham mais a mesma importância daquela época, então talvez isso que vá dizer pareça meio sem sentido para quem não viveu naquela época. Mas você imagina um moleque que viu um zine virar revista, e depois ter sua própria banda entrevistada por aqueles jornalistas, ver sua foto com os caras da banda estampada naquelas páginas foi de grande valia. A sensação foi a mesma quando o Jaji da Metal Gods, entrevistou o Panzer e fomos matéria de capa. Muita gente não sabe quem foi ele hoje em dia, e infelizmente como tudo neste país, a memória do Metal esta se perdendo, mas para nós que vivemos aqueles dias sabemos também a importância do Jaji naquela cena toda.

Polêmico Rock - Acredito que uma das grandes curiosidades dos fãs é saber o quão dificultoso é uma carreira inicial de um músico. Sabemos que no geral, é extremamente difícil, mas as vezes não sabemos ao intensidade disto. Lembro-me de uma entrevista com o Krisiun na revista Zero, sobre o Max Kolesne mencionando sobre carregar os acessórios de bateria em um ônibus lotado. Me fale um pouco disto, como é ter uma banda e ter um trabalho paralelo ao mesmo tempo, gastar o pouco dinheiro que se tem para promover os discos da banda, ou fazer turnê economizando centavos.

Edson Graseffi  - Era difícil pra caralho. Neste aspecto, os anos 80 foram osso. Não havia instrumentos musicais bons por preço razoável, e só se poderia tocar com algo descente quem tivesse uma grana, o que não era meu caso. Então tudo se tornava bem complicado para bandas como a nossa, que não tínhamos dinheiro, apoio, contatos e não estávamos próximos à cena de SP da época. Como você disse, tínhamos trabalho paralelo para levar, nenhuma grana para investir, preconceito por parte da escola, por ter cabelo comprido e visual. Eu também não tinha carro e andei muito de ônibus carregando pratos, caixa, pedais, etc. Lembro que eu e meu irmão morávamos bem longe de tudo, então andávamos muito até poder pegar um ônibus. Nós íamos trocando os instrumentos, um de cada vez, carregando o mais pesado, para conseguir andar toda aquela distância sem se machucar, muitas vezes inclusive debaixo de chuva. O começo não foi fácil.

Polêmico Rock - Você ainda possui algum trabalho paralelo à banda, ou hoje consegue viver exclusivamente da música?

Edson Graseffi  - Eu sempre estou envolvido com alguma coisa paralela, isso é saudável para poder experimentar outras formas de tocar som pesado. Veja só, eu disse som pesado. Portanto, você nunca irá me ver tocando outro estilo que não seja musica pesada ou que não seja ligado ao Rock n Roll. Sou um baterista de Rock e assim me sinto feliz. Hoje eu toco em uma outra banda também, que se chama Aqualung. É uma banda que toca Classic Rock , onde eu toco e canto, o que é uma experiência realmente diferente para um baterista. Tenho desenvolvido recentemente esta coisa de cantar e tocar, tem sido uma ótima experiência pois você tem que se redescobrir como baterista. Quanto a viver de música, talvez eu possa dizer que sim, trabalho paralelamente com instrumentos musicais, então de certa forma estou ligado a coisa toda o tempo inteiro.

Polêmico Rock - O que você pode nos contar sobre o Panzer nos anos 90? Lembro-me de vê-los em críticas e reviews da época.

Edson Graseffi  - O Panzer trilhou um caminho de crescimento durante os anos 90. Como disse acima, no inicio da década éramos uma banda desconhecida, trabalhamos muito para termos nosso lugar ao sol e conseguimos. Com o lançamento dosdiscos, “Inside” e” The Strongest” a banda se firmou no cenário brasileiro e participamos de vários festivais bacanas da época. Surgimos em meio a explosão do melódico, demos um grande foda-se para toda aquela “cena panela”  do melódico e seguimos em frente acreditando no nosso som. Fomos uma das poucas bandas que se assumiram Thrash Metal naquela época, todo mundo queria ser melódico e ter o cabelo bonito e tocar a velocidade da luz. Nós aparecemos fazendo o inverso, caminhando sozinhos e fora da moda  e acredito que isso nos deu credibilidade no meio da cena. Realmente toda mídia especializada daqui e do exterior abriu os olhos para o que estávamos fazendo, os shows estavam lotando , estávamos tocando em programas de radio importantes , na 89 FM, Brasil 2000, fizemos o vídeo clipe, tour pelo nordeste, o CD passou a ser distribuído pela Century Media, e um selo japonês começou a distribuir nosso material por lá. Devido a tudo isso, passei a ter endorser de algumas marcas e começamos a sair em matérias de capa em varias revistas. A banda estava muito bem naquele momento tocando em eventos juntos com nomes que já eram de peso e hoje são muito grandes. Foi um ótimo momento e um alicerce sólido para podermos voltar hoje.


Polêmico Rock - O que houve exatamente para o término, ou congelamento do Panzer?

Edson Graseffi  - Talvez a falta de maturidade por parte de todos dentro da banda, para entenderem o Panzer como entendemos hoje. Mas eu acho que esse lance naquele momento e esses 10 anos entre o fim da banda e nossa volta, foram importantes para que ela voltasse no formato que voltou hoje. Hoje, comigo e com o André mega seguros do que estamos fazendo, brothers e trabalhando para um bem comum. Isso proporciona segurança para os nossos dois novos membros, o Rafael e o DM e transforma o Panzer de hoje em uma das melhores formações que já tivemos.

Polêmico Rock - Hoje, como se encontra essa “ascensão” do Panzer? Nos anos 90, vocês chegaram a distribuir os discos lá fora. Você saberia me dizer como esta essa receptividade hoje em terras estrangeiras? O single “Rising”, representa justamente esta ascensão?

Edson Graseffi  - Tem sido muito bom até aqui, entramos em playlists de rádios dos EUA e Polônia. Saíram algumas resenhas super positivas também na Europa , mas ainda existe um grande preconcieto dos gringos, principalmente dos sites Europeus em resenhar material que não seja lançado em CD e que seja enviado pelo correio. Então resenhas vindas de fora não foram tantas porque o single foi feito para ser distribuído pela web. Nesse ponto a mídia brasileira esta a frente da Européia e tem valorizado esse formato de lançamento.

Polêmico Rock - Com relação ao Reviolence, qual foi a decisão de vocês?

Edson Graseffi  - A decisão foi minha, eu resolvi acabar com a banda e terminar com ela.

Polêmico Rock - Percebe-se que este assunto não lhe agrada muito, ou estou errado? Por mais que todos na banda tenham um objetivo de tocar determinado estilo, diga-me, o quão difícil é relacionar-se com pessoas, mesmo estando em uma banda onde todos tenham o mesmo objetivo. Em que ponto surgem as divergências?

Edson Graseffi  - Cara, não é questão de se sentir incomodado, é o fato simples de que esta banda esta morta e enterrada para mim, então não vejo muito motivo de retomar um assunto que me trouxe tantos problemas naquele período. Meu foco agora é outro e meu objetivo é apenas olhar para frente.

Polêmico Rock - Ok. Você teria alguma história bizarra ou curiosa para nos contar? Algum lugar estranho que você foi tocar, ou a oportunidade de conhecer algum músico que você era fã quando jovem?

Edson Graseffi  - Tenho que falar antes de qualquer coisa no fato de poder conhecer Dan Beehler  (ex baterista  do Exciter) pessoalmente. Ele é talvez o cara que me levou até a bateria e depois a tentar cantar e tocar. Sou mega fã confesso desse cara e conhece-lo pessoalmente e poder conversar com ele sobre isso não tem preço. Quanto a historias bizarras e locais estranhos que já toquei em 25 anos, você pode imaginar a quantidade de historias que eu tenho. Nós temos até uma piada interna dentro do Panzer que fala sobre isso. Mas de todas posso contar algumas. Certa vez estávamos tocando com o Panzer no interior de SP, no início de carreira, nós perdemos o último ônibus para voltar para SP e fomos andando a pé até a rodovia para pegar carona. Só que ninguém parava para aquele bando de cabeludos carregando instrumentos. Estava escuro, começando a chover e a coisa estava ficando feia. Até que apareceu um soldado do exercito, fardado e veio nos perguntar que banda éramos. Era um headbanger que estava servindo o exército. Contamos para ele nosso problema e ele resolveu nos ajudar. Nós nos escondemos no meio do mato e ele parou um ônibus, afinal ele era soldado. Quando o ônibus abriu a porta nos saímos de dentro do mato, todos molhados e corremos para dentro do ônibus. O motorista teve que nos deixar entrar e conseguimos voltar para casa. 

Outro caso, que aconteceu bem nos primeiros meses da banda, nós fomos tocar em uma cidade do interior onde não havia palco e sim aqueles caminhões que abrem a lateral. Até ai tudo bem, só que a bateria era eletrônica e tive que tocar com aquilo. O Panzer acabou soando como o Ministry, uma experiência bizarra.

Polêmico Rock - (risos). Quais são as bandas que você mais escutou e consequentemente te influenciou quando você era mais jovem? Qual baterista (ou quais) você gostaria de destacar?

Edson Graseffi  - Cara, eu ouvi como louco Iron Maiden, Nicko é uma grande influência no meu modo de tocar. Exciter (Dan Beehler é um alienígena), Black Sabbath, Metallica, Slayer, Kreator, King Diamond, Mercyful Fate, Motorhead, Pentagram, Metal Church, Savage Grace, Saxon, Quiet Riot, etc. Posso destacar Scott Travis e Gene Hoglan como grandes influencias na minha forma de tocar também.

Polêmico Rock - O que você acha do Sadus? Particularmente sou apaixonado nesta banda, de Steve Digiorgio.

Edson Graseffi  - Uma banda que eu gosto muito e que considero injustiçada, poderiam ter voado mais alto.

Polêmico Rock - O que você anda escutando atualmente? Alguma coisa nova, ou só os clássicos?

Edson Graseffi  - Eu não viveria sem os clássicos, sem o Saxon e Pentagram por exemplo. Mas ouço sim coisas novas, Lamb of God, Hellyeah, e bandas de stoner como Orchid fazem minha cabeça hoje também.

Polêmico Rock - Stoner é maravilhoso, como o clássico Kyuss, ou as mais novas também, como Spiritual Beggars. Enfim, eu quero lhe perguntar algo bem polêmico: O que você acha do Slipknot? Não irei criticar nem defender o grupo, mas acho que há um preconceito exagerado e desnecessário em torno d a banda. Mas o que eu gostaria de lhe perguntar, o que você acha do baterista do Slipknot, tecnicamente falando? Ele parece tocar bem. Escutei umas canções de curiosidade, depois de ver tantos “Haters” criticando-os, e o que mais me chamou a atenção foi a estrutura da bateria nas canções.

Edson Graseffi  - Cara, eu te responderia de uma outra forma no passado, mas hoje eu entendo que algumas bandas fazem parte da vida de algumas pessoas, então é preciso ter cuidado no que dizer sobre isso. Depois do dia que eu ouvi um roadie do Panzer dizer o quanto o Nirvana foi importante na vida dele, eu entendi que cada banda tem sua história ligada intimamente a vida de cada  pessoa e isso tem que ser respeitado. Voltando a história do Slipknot, particularmente eu não gosto da linha de trabalho da banda, não é o som que me agrada. Mas como baterista estou antenado em todos os bateristas que estão se destacando no meio, e o baterista deles é ótimo, e para chegar naquele nível de desempenho o cara teve que ralar muito e estudar. Então só por isso é um cara que merece meu respeito.

Polêmico Rock - Qual a sua opinião sobre os bateristas mais, digamos, Blast Beats? Pois alguns utilizam cadenciamentos, andamentos mais quebrados, e outros, especialmente no Metal Extremo, os Blast Beats. A meu ver, ambos são dotados de talento, e especialmente, amo Metal Extremo. Mas gostaria de saber sua opinião técnica sobre o assunto.

Edson Graseffi  - Eu admiro quem toca dentro dessa linha, mas não faz parte da minha escola de bateria. Acho incrível uma pessoa desenvolver aquela velocidade e dinâmica. Mas como disse, isso não se encaixa na minha forma de tocar.  Eu venho de uma escola mais clássica e a forma pesada como eu toco torna impossível esse tipo de execução. Eu, por exemplo, teria que mudar algo desenvolvido durante décadas  para poder me adaptar a técnica de blast beat, então isso acaba não fazendo sentido para mim. Uma vez, um amigo meu me disse que eu parecia aqueles  bateristas de bandas americanas dos anos 80 tocando. Hoje eu vejo isso como uma boa qualidade, com o passar dos anos transformei essas características aliadas a coisas mais modernas em meu estilo de tocar. Meus heróis ainda são Bill Ward, Tommy Aldridge, Scott Travis e por aí vai. Deixo com muito respeito os blast beats para outros bateras.

Polêmico Rock - Você ainda faz Workshops? Qual é o interesse maior dos alunos nesses Workshops? Bumbo duplo?

Edson Graseffi  - Eu já fiz vários workshops em lojas quando era endorser de uma determinada marca de pratos, mas essa coisa do endorser no Brasil é oscilante. É baseada em influência e indicação.  Como estou sem endorser de pratos agora não tenho feito workshops. Mas o maior interesse da galera ainda é nos dois bumbos, principalmente porque bateristas que realmente sabem tocar no Brasil com dois bumbos não são muitos. O próprio mercado musical e a cultura brasileira em geral são causadores dessa situação, apenas bateristas de Metal se dedicam a isso aqui.

Polêmico Rock - O que seus pais/parentes achavam de você querer seguir carreira de músico, e como eles te veem hoje? 

Edson Graseffi  - Eu venho de uma família de músicos, mas infelizmente meus pais foram a única geração que não tocou e hoje compreendo que até pela história pessoal deles, a visão que eles tinham de música nunca foi a que eu desejasse que tivessem.  Mas eles me apoiaram quando eu era moleque até onde eles puderam. Minha trajetória para a profissionalização da carreira foi solitária, nesse período eu trilhei totalmente sozinho, diferente de muita gente que tem apoio total da família. Hoje vivo da música, meus pais tem respeito pelo meu trabalho e hoje eu vejo isso como uma vitória pessoal.

Polêmico Rock - Você pretende, ou já pensou em algum dia lançar algum livro, sobre sua biografia e/ou sobre as suas experiências no/com o underground brasileiro?

Edson Graseffi  - Olha isso não é má ideia, eu nunca havia pensado nisso.  Mas a história ainda esta sendo contada, então, quem sabe em um futuro distante.

Polêmico Rock - Deixe contatos do Panzer, link de vídeos, endereço do seu site, etc.

Edson Graseffi  - Obrigado pela oportunidade da entrevista e para quem quiser conhecer o trabalho do Panzer e meu trabalho pessoal, segue os links:



terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Brutal Faith: Brutal Faith (Hellmastered Edition) (2013)



O então novo e velho digníssimo disco do Brutal Faith ganha relançamento “Hellmasterizado”, treze anos após seu nascimento. O Brutal Faith se debruça no Thrash Metal. Contudo, dotado de cunho experimentalista, o disco exibe contornos e dimensões mais amplas. Com levadas características do grupo, a canção “Resistance”, em opinião própria, merece respeitável atenção com levadas bem legais, e com solos de guitarra em frenesi, a canção instiga o ouvinte. Destaque para “Get Up Wake Up”, que exibe um andamento mais groove e arrastado, assim como é reconduzido posteriormente em “Freedom Mind”. As canções “Bitch” e “Radio Freak” ganham um caráter cíclico e irrefreável de levadas, que caem como luvas aos bons ouvintes de Thrash. No entanto, em “Time We Live In” o grupo demonstra maturidade ao mostrar uma canção mais séria e reflexiva. Destaque também para "Inner Conflict" e “Burning Ground”, que com um andamento mais pausado e agressivo, os integrantes acertam em cheio na mão, não poupando frenesi. Por fim, o disco conta com a nova e poderosa “Why Me”, e um cover do Metallica, “Jump In The Fire”.

Através de uma irrefreável e infatigável empolgação, atrelada à inspiração, os músicos do Brutal Faith demonstram técnica e versatilidade; contudo, e em opinião própria, mais importante que tudo isso, é possível enxergar de fato o velho espírito Rock and Roll, onde há momentos em que simplesmente, a única coisa que importa é tomar uma cerveja, e ter um bom disco para bater cabeça. 

Nota: 9,0